Conheçam a Saga Vale dos Elfos.

sábado, 17 de julho de 2010

Escrever um poema.


Escrever um poema
É como pintar um quadro.
Tudo deve ser feito com
Muita atenção e cuidado.

E assim, como o pintor não pode
Apenas jogar as tintas na moldura,
O poeta não pode desferir
Palavras para todos os lados.

As palavras devem se encaixar
Como um quebra-cabeças,
Cada letra e vírgula em seu devido lugar
Para dar o sentido certo
Daquilo que se quer ali expressado.

Imaginem se D’avinci tivesse trocado
A cabeça da Dama do Arminho
Com a do animal em seu colo,
Ou a tivesse feito com nariz de palhaço?

O mesmo ocorre com a poesia,
Ela deve fazer sentido, mesmo quando
O sentido dela é não fazer sentido,
E cada coisa deve estar em seu devido lugar,
Todos os seus componentes
Devem estar devidamente encaixados.

Assim se constrói uma boa poesia.
Não foi jogando o pincel sobre o quadro,
Que D’avinci fez a Monalisa,
E nem tão pouco foi soltando
Palavras desconexas e sem sentido
Que Homero escreveu a Ilíada,
Em versos tão primorosos
Que foram eternizados.

É preciso ao versejar,
A delicadeza do beija-flor,
E ao mesmo tempo
A destreza de um gato.

Trata-se de achar as palavras corretas,
Sem, no entanto, fazer com que
O conjunto da obra fique algo forçado.

O poema tem que ser
A libertação espontânea dos sentimentos,
Mas de uma forma que eles
Fiquem inteligíveis e organizados.

E mesmo quando a desordem
For à intenção,
É preciso que os versos
Não pareçam estarem quebrados.

O poema tem de sair
De dentro da alma,
Tem que ser o sentimento libertado.

O poema para o poeta
Tem que ser como é para uma mãe,
A vida do seu filho amado.

O poema tem que ser intenso e forte,
E ao mesmo tempo totalmente delicado.

Um poema tem que ser
A flor única sob a montanha,
Tem que ser o tesouro mais precioso
E mais bem guardado.

Um poema tem que ser feito
Com liberdade, e, ao mesmo tempo,
Com dedicação e afinco,
Tem que ser arte de qualidade
E não besteiras ditas ao vento
Por algum desvairado.


Átila Siqueira.


"Aproveito a postagem para informar que um de meus contos foi selecionado para participar da antologia Cruzada - Contos medievais. Esse conto já foi publicado em outra antologia, e também aqui no blog, e quem quiser conferir pode lê-lo através desse link. Quem quiser também, poderá conferir o blog oficial da antologia".

3 comentários:

Unknown disse...

Inomináves Saudações, Átila Siqueira.

O poetizar posssui um quê de religiosidade, mas uma religiosidade ligada ao ato criador que se insere no escrever, no alinhar as palavras, no desenvolver pleno do sentido dos versos em uma lógica ou caótica estrutura a fim de que a mensagem seja compreendida em todos os níveis e dimensões possíveis de compreensão. Poetizar é soltar tudo de nossa alma, é tocar no que está em toda a nossa consciência, verdadeira consciência de que podemos e devemos, a cada poema, transmitir na naturalidade de nosso dom o que sentimos, vemos e ouvimos além, muito mais além...

Poetizar é transcender-se e transcender ao mundo no qual estamos, tocamos em Algo Mais neste nosso ato de ordenar cada verso em cada estrofe...

Saudações Inomináveis, Átila Siqueira.

Lucas Lopes Valadares disse...

Parabéns pelo poema!
É difícil colocar em palavras a sensação de escrever!
Um abraço!
Lucas

Salete Cardozo Cochinsky disse...

Parabéns
Gostei de encontrar esse Blog.
Um abraço