Onde cantava o sabiá.
Hoje tem
Coca-Cola e Mc Donalds
Que exploram nossos recursos
E que ao nosso povo
Não se cansam de roubar.
Minha terra era rica,
Mais rica
Que qualquer outro lugar.
Hoje o meu povo
Foi tão roubado e explorado
Que já não tem
Nem aonde morar.
O sabiá já não mais canta,
Pois a floresta onde ele morava,
Vieram os ianques e os militares
Com a trans-amazônica,
E não hesitaram em a derrubar.
Agora o pobre pássaro
Tornou-se proletário,
E ao invés de cantar
Sob a folha da palmeira,
Agora na cidade,
Como um escravo,
Tem que trabalhar.
Pobre povo brasileiro.
Pobre sabiá.
Explorados até a morte
Pelo mal estrangeiro
Que chegou do além mar.
Se Gonçalves Dias visse isso,
Com toda certeza
Não iria gostar.
Não iria gostar
Do que fizeram
Com as palmeiras,
Com o povo brasileiro,
E nem com o sabiá.
"Esse é o poema que vai sair na Câmara Brasileira de Jovens Escritores, na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 49º volume. Ela estará também disponível online no site: