Conheçam a Saga Vale dos Elfos.

sábado, 29 de dezembro de 2007

O Naufrago do Amor.



Venho deixando,
A maré me levar.
Levar o meu destino,
Pois não consigo,
Mais remar.

Mas a maré parece,
Estar contra mim,
Levando-me,
Para o caminho inverso.
Tirando-me,
Do rumo da felicidade.
Jogando-me,
Contra os rochedos.
Jogando-me
Contra os corais.
Dessa forma eu não mais,
Posso agüentar.

Penso no que fazer.
Em um novo caminho a tomar.
Mas não encontro resposta.
Eu não encontro um caminho,
Na imensidão do mar.

Enquanto não encontro,
Um caminho,
E as forças,
Para voltar a remar,
Vou deixando,
A maré me levar.
Sem direção,
Vou seguindo,
Qualquer caminho,
E vendo as tempestades,
A me destroçar.

Peço respostas,
E encontro mais dúvidas.
Peço ajuda,
E encontro novos problemas.
Peço proteção,
E encontro mais inimigos.

Até quando eu suportarei,
Essa vida de incertezas,
Sem um caminho a trilhar?
Como fui me deixar perder,
De meu caminho,
Dos meus sonhos,
Do meu porto seguro,
Daquilo que era tudo,
O que eu sempre quis?

Fico esperando que a sorte,
Venha a me salvar.
E enquanto eu não retorno,
Ao meu caminho,
Vou deixando,
A maré me levar.
Vivendo a mercê,
Do destino,
Nessa imensidão,
Que é o mar.


Átila Siqueira.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

DIGA NÃO ÀS DROGAS!!!






Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois, quando você quiser, é só parar..." e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", "natural”, da terra", que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do "Chitãozinho e Xororó" e em seguida um do "Leandro e Leonardo". Achei legal, coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "Amigo" e acabei comprando pela primeira vez.
Lembro que cheguei na loja e pedi: - Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano. Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... "Banda Eva", "Cheiro de Amor", "Netinho", etc. Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores: "É o Tchan", "Companhia do Pagode", "Asa de Águia" e muito mais. Após o uso contínuo eu já não queria mais saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer a bunda como eu nunca havia mexido antes, então, meu "amigo" me deu o que eu queria, um Cd do "Harmonia do Samba". Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, minha razão de existir. Eu pensava por ela, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais . . . Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show de encontro dos grupos "Karametade" e "Só pra Contrariar", e até comprei a Caras que tinha o "Rodriguinho" na capa.
Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma "música" que não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorriamos fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a coletânea "As Melhores do Molejão". Foi terrível!! Eu já não pensava mais!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas "miseráveis" e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, no limiar da condição humana, quando comecei a escutar "Popozudas", "Bondes", "Tigrões", "Motinhas" e "Tapinhas". Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saia a noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas; uns nobres queriam me mostrar o "caminho das pedras", outros extremistas preferiam o "caminho dos templos". Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa.
Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, MPB, Progressivo e Blues. Mas o meu médico falou que é possível que tenham que recorrer ao Jazz e até mesmo a Mozart e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam sua visão para as coisas boas e te oferecem drogas.
Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável e distante; vai perder as referências e definhar mentalmente.
Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte: Não ligue a TV no Domingo a tarde; Não escute nada que venha de Goiânia ou do Interior de São Paulo; Não entre em carros com adesivos "Fui ... "
Se te oferecerem um CD, procure saber se o suspeito foi ao programa da Hebe ou se apareceu no Sabadão do Gugu; Mulheres gritando histericamente é outro indício; Não compre nenhum CD que tenha mais de 6 pessoas na capa; Não vá a shows em que os suspeitos façam gestos ensaiados; Não compre nenhum CD que a capa tenha nuvens ao fundo; Não compre qualquer CD que tenha vendido mais de 1 milhão de cópias no Brasil; e Não escute nada que o autor não consiga uma concordância verbal mínima. Mas, principalmente, duvide de tudo e de todos. A vida é bela! Eu sei que você consegue! Diga não às drogas.



Luiz Fernando Veríssimo.



"Bom amigos, eu ponho a disposição de todos esse maravilhoso texto de nosso grande escritor Luiz Fernando Veríssimo, que em minha opinião, é um texto de utilidade pública, pois ele mostra o que acontece no Brasil, mostra a alienação a qual nosso povo é submetido por essas drogas limpas. Enfim, eu acho esse texto maravilhoso, pois ele nos faz refletir sobre a realidade musical de nosso país, e a massificação da mesma com o intuito somente do lucro, e assim desprezando a qualidade.

Além do fato, que não posso deixar de comentar, de que essa massificação ter objetivos bem mais macabros, que são os de realmente manter a população na ignorância e sem qualquer noção de senso crítico".