Conheçam a Saga Vale dos Elfos.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Noite de Chuva.


A noite está fria
E o vento gelado.
A chuva corta o ar
Como ímpias facas.
E eu nem me dou
Ao trabalho
De procurar abrigo
Ou agasalho.

Peço a Zeus
Que me agracie
Com um raio.
Que seja esse
Um golpe fatal
Sem piedade.

Um forte,
Grande,
E estrondoso
Disparo.

Que a paz eterna
Se aproxime rápido.
Que a morte
Se apoderes de meu
Corpo molhado.
E que eu deixe
De sofrer
Como um desgraçado.

A chuva bate
Em meu rosto.
O vento me carrega
E a saudade me corrói
E me mata.

Lembro-me,
De minha amada,
De como éramos felizes,
Mas logo recobro a memória,
E me revejo em desgraça.

Sento-me no chão frio,
E minhas tristes lágrimas
Misturam-se a chuva gelada.

Souto o primeiro
De muitos espirros,
E espero
Que a doença venha
E me liberte dessa vida
De saudades.


Átila Siqueira.


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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Barack Obama e Cuba.


Nos últimos dias um fato inusitado ocorreu na política internacional, e tomou boa parte dos noticiários de todo o mundo. Trata-se da abertura do Governo estadunidense para que os cubanos que vivem nos Estados Unidos possam enviar dinheiro e viajar livremente para Cuba.


E toda a imprensa e os jornalistas formadores de opiniões ficaram alvoroçados com essa notícia, tratando tudo com alarde e euforia. Muitos já foram logo dizendo que isso levaria ao fim do Socialismo em Cuba, usando o exemplo, muito a grosso modo, (como é de praxe de uma grande parte dos jornalistas brasileiros, que querem emitir opiniões e fazer análises sem lerem nada sobre o tema) do que ocorreu na Alemanha Oriental, no período da Guerra Fria, sem levaram em consideração que se tratava de outro momento histórico.


O argumento mais interessante de alguns foi o de que essa abertura mostraria o quanto a Democracia é melhor que a Ditadura do proletariado, e que a comparação iria destruir o Socialismo Cubano, fazendo o povo optar pelo Governo Democrático liberal. Ou seja, pensa-se que o Governo de Cuba não é legitimo, que o povo é totalmente manipulado e estúpido, como se os indivíduos fossem estáticos e não fossem agentes de sua própria história, bem como da formação de sua própria sociedade, em constante diálogo como o pode estatal.


Dessa forma, pode-se dizer que alguns jornalistas pensam assim, dessa maneira já ultrapassada, ou que eles querem que as pessoas pensem assim, o que é pior. Outra idéia implícita que é pregada é a de que o povo cubano não tem informação, e que eles são apenas manipulados pelos jornais governamentais, que passam a notícia pela visão do governo. Mas esse tipo de análise deixa de levar duas coisas muito importantes em consideração:


A primeira delas é que a população da Ilha é altamente instruída, com um nível escolar superior aos de muitos países considerados de primeiro mundo, e, por isso, provavelmente não se é tão fácil assim manipulá-los. A segunda coisa é que imparcialidade não existe, e se os jornais cubanos defendem uma visão de mundo ideologicamente criada pelo Governo, os jornais de outros lugares fazem o mesmo, bem como os governos, as leis e os Estados, que ao contrário do que se pensa, defendem interesses de determinados grupos, em detrimento a outros.


Um exemplo disso é que os jornalistas de países capitalistas, a todo instante pregam a Democracia como um conceito universal, que deveria ser adotado por todos, e que possui virtudes inquestionáveis como a “melhor” forma de governo. E se isso não é uma visão parcial, pautada pela ideologia de um determinado grupo e por um governo, o conceito de parcialidade deve então ter mudado sem prévio aviso. E o mesmo se dá quando se enfatiza os “defeitos” de Cuba, ou dos países inimigos dos Estados Unidos, como a Coréia do Norte e alguns países islâmicos, sem se quer mostrar a visão de mundo a qual eles possuem.


Pois bem, frente a tudo isso, seria interessante fazer uma análise da nova atitude de Barack Obama e do governo estadunidense com relação a Cuba. E a primeira pergunta que se pode fazer é, trata-se de uma política mais humana e de boa vizinhança?


Provavelmente não! O mais provável é que se trate da continuidade da velha política expansionista estadunidense, e com um estilo genuinamente Democrata, o do Imperialismo. Se fosse ao contrário, talvez o embargo econômico também tivesse acabado, o que ainda sim não seria prova de nada.


Entende-se por imperialismo a colonização indireta de um território, através de medidas econômicas e político-ideológicas. Historicamente o partido Democrata o usa e o defende nos Estados Unidos, ao contrário dos Republicanos, que se utilizam do Neo-colonialismo, sendo esse a intervenção direta no território que se almeja subjugar.


Ou seja, ao que tudo indica, houve apenas uma mudança de estratégia. Os Estados Unidos estavam com a imagem suja pelas ações de Bush, e precisavam colocar alguém no poder que conseguisse ao mesmo tempo, disfarçar sua política expansionista e continuar a colocá-la em prática.


E sem força para enfrentar os árabes, pois o Iraque e o Afeganistão se tornaram dois novos “Vietnãs”, e os Iranianos se mostram fortes demais, eles tiveram de tentar expandir sobre outra frente, tentando dominar um de seus opositores mais aguerridos, Fidel Castro. Porém, como não era possível abrir mais uma frente de combate ali, mais uma vez a política estadunidense partiu para medidas econômicas para coagi-los.


Trata-se da mesma idéia de sempre, de impor a democracia, mesmo que seja na “porrada”, tal como tentaram com os árabes e fracassaram. Entretanto, dessa vez, a tentativa é de se fazer tudo às escondidas. O jogo dos Democratas é visto por poucos, e se pauta em um equilíbrio delicado entre a legitimidade de uma imposição político-ideológica, a de uma simpatia do líder político, e de sua práxis moderada, mas com efeitos a longo e a médio prazo, dentro da idéia expansionista dos Estados Unidos, de levar o capitalismo Neo-liberal sob o seu domínio a todos os povos do mundo.


Assim, pode-se inferir que a mudança de postura de Barack Obama quanto a Cuba, não se trata de um revisionismo da política internacional dos governos anteriores com relação à Ilha. Mas sim, é a continuidade do desejo de retirar a sua autonomia e de submetê-la, mas dessa vez, se utilizando de uma estratégia imperialista e fetichista, tentando fazer com que o povo do pequeno país Socialista se esqueça de suas conquistas sociais e se deslumbre com os avanços técnicos do mundo consumista criado pelo Capitalismo, tentando assim, deslegitimar o poder de Fidel Castro e de seu irmão, para enfraquecer a unidade política de Cuba e deixa-la suscetível a dominação.


Átila Siqueira.


"Bom, esse foi um texto que eu não pude deixar de produzir, ao ver tudo o que vem acontecendo na política internacional. Faço uma ressalva com relação a minha crítica a imprensa, pois nem todos os jornalistas agem da maneira que eu citei a cima. Há aqueles que possuem um trabalho sério e respeitável.


Aproveito também para continuar a oferecer o meu livro com dedicatória, a todos os amigos que aqui me visitam. Basta entrar em contato comigo pelo meu e-mail: atilasiqueira1@yahoo.com.br.


Além disso, quero indicar um blog muito bom, que possui excelentes contos de terror, chamado Cova Abismal de Contos Sombrios".

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Carol Lira e Jaya.


Carol Lira,
Lira dourada,
Poetisa que nasceu
Em Passagarda.

Suas palavras são tão lindas
E bem postas
Que mais parecem
As notas de uma harpa.

Me encantou com o seu jeito
De escrever,
E não consigo encontrar
Em tua escrita
Qualquer falha.

E foi lindo te conhecer
Pela união perfeita
Que fizeste com aquela escritora
Que dispensa apresentações,
E que se chama Jaya.

E eu jamais consegui parar
De visitar o”Deixa eu brincar
De ser feliz”,
Ou qualquer outro lugar
Em que os textos dela saiam.

Jaya é uma escritora que faz verso
Em forma de prosa.
Faz-nos flutuar em nossas cadeiras
Usando palavras doces
E descrições generosas.

E quando ela escreve pode-se sentir
A brisa no rosto,
O doce caseiro derretendo na boca,
Ou qualquer outra coisa
Que ela descreva
Toma vida própria
E nos encanta.

E a união perfeita foi formada.
Duas escritoras que escrevem
Versos em prosa
De uma maneira que por mim
É muito admirada.

E uma união assim tão harmoniosa
Por mim ainda
Não havia sido pensada.

Duas escritoras tão talentosas,
E agora juntas, escrevendo
As coisas mais belas
De serem imaginadas.

São sonhos escritos em palavras,
É a poesia mais natural
E mais bem versada.

E espero ver essa união
Muitas outras vezes,
Entre minhas queridas amigas,
Carol Lira e Jaya.

Que por essas duas exímias escritoras
Muitas poesias,
Além dessa, sejam declamadas.

Átila Siqueira.


"Hoje eu trago esse poema para homenagear duas exímias escritoras, Carol Lira e Jaya. Trata-se das duas artistas das palavras que possuem um talento invejável. Eu aconselho a todos a conhecerem o trabalho das duas, e garanto que ninguém se arrependerá, pois elas escrevem de tal forma que encanta a todos que as lêem.


Aproveito também a oportunidade para continuar vendendo o meu livro a todos que se interessarem em adquiri-lo com dedicatória. Basta me mandarem um e-mail no endereço: atilasiqueira1@yahoo.com.br".

sábado, 4 de abril de 2009

Barack Obama: um Bush disfarçado.


Frente a todo o otimismo com a eleição do novo presidente estadunidense, é notável explanar algumas coisas acerca desse fato tão inusitado para a história desse país, e também, para a história do mundo. E em primeiro lugar, é importante dizer que realmente tratou-se de um acontecimento ligado a uma grande mudança de paradigma, já que poucos pensavam até pouco tempo atrás na possibilidade de um presidente negro na Casa Branca.

Um país com uma forte diferenciação racial, como os Estados Unidos, aparentemente, teria pouco espaço para a eleição de um presidente negro, uma vez que todos já bem sabem que a política ali é hegemonicamente voltada para as elites brancas, em detrimento aos negros, que são confinados em locais específicos, e com os direitos cerceados por políticas de distinção, principalmente, através de diferenças em investimentos nas áreas públicas dos bairros, que geralmente são distintos, uns voltados para a habitação dos brancos, e outros, os mais pobres, para a moradia dos negros. Entretanto, o que muitos julgavam inesperado, acabou por acontecer, e um homem negro se tornou presidente dos Estados Unidos.


E talvez, algumas deduções a esse respeito tenham surgido quase por simbiose, ao invés de terem sido ponderadas através de argumentos que as sustentassem. A primeira dessas inferências estaria ligada a idéia de que por ser negro, Barack Obama seria um presidente que se importaria com as causas sociais, com os pobres no mundo, e que daria fim a política Neo-colonialista do governo anterior. Parecia até um conto de fadas, de tanta esperança disseminada pela imprensa marrom, que como bem se sabe, apóia a política estadunidense. Pois bem, mas nada em seu discurso dizia isso, e o simples fato dele ter vindo de uma origem considerada como injustiçada, não garante que ele tenha qualquer compromisso com esses ou outros grupos que se vêem esmagados pelas políticas dos Estados Unidos.


Assim, muitos caíram no conto do vigário, ou melhor, no conto do Obaminha. E a bem da verdade, ao que parece, ele só ganhou a eleição por reforçar muitos dos valores do governo anterior, e por assumir uma postura conservadora diante da religião e da política, dentre outros assuntos. E a questão volta, ser negro não quer dizer ser de esquerda, nem ser revolucionário, nem ser contra as injustiças. Será que não há nenhum negro no mundo, ou nos Estados Unidos, que seja um conservador? Ao que parece, há sim, e Barack Obama parece ser um deles, muito embora, se mostre menos metódico que seu antecessor, George W.Bush.


E talvez muito da visão de um Obama libertário esteja em se fazer um paralelo entre ele e Bush, que é tão conservador, que provavelmente assustaria até Adolf Hitler, daí, a imagem de Obama como não conservador, sendo colocado ao lado do seu antecessor. Dessa forma, o mundo parece ter acreditado cegamente na construção discursiva mais mal contada de todas, a de que alguém contra os valores da sociedade estadunidense estaria sendo eleito para governa-la, quando na verdade, o que foi eleito, ao que parece, foi uma versão mais moderada de seus ditadores da Democracia. Aparentemente, usaram o estereótipo do negro, para parecer que seria a eleição de alguém que modificaria tudo, que acabaria com as injustiças do governo chauvinista de Geoge W.Bush.


Mas na verdade, o que se vê, é que Obama corrobora todos os valores da sociedade estadunidense, e com exceção de algumas poucas coisas, nada mudou. E as mudanças que ocorreram, foram apenas fruto de uma visão política menos exacerbada, frente ao grupo de George W.Bush. Ou seja, foi apenas uma mudança conjuntural, e não uma revolução, como muitos começaram a pregar por ai. O mundo não mudou com isso, as estruturas ainda são as mesmas. Foi apenas uma maquiagem, e das bem finas, para tampar algumas mazelas que causavam uma grande impopularidade aos Estados Unidos. E parece que deu certo, pois muitos que queimavam a bandeira estadunidense, junto à foto de Bush, agora a adoram junto ao retrato de Obama, sendo que um parece não passar de uma continuação disfarçada do outro.


Pessoalmente, eu não acreditei nem por um segundo em Barack Obama, e me orgulho disso. E eu já vinha pensando em fazer esse texto há algum tempo, mas quis esperar o momento certo, para ter um exemplo concreto, e agora eu o tenho. Vejam só o que está acontecendo no Afeganistão, a continuidade da guerra contra os muçulmanos, sob o pretexto de que seus grupos guerrilheiros são “terroristas”. Assim, continua-se a cruzada pelo petróleo alheio, e pelo controle do mundo, atacando aqueles que não se submetem a política Neo-liberal. E Obama agora vai mandar mais soldados, e pede o mesmo aos aliados dos Estados Unidos que corroboram essa desumanidade.
A todos que apoiaram Barack Obama, enganados ou não, acredito que o povo afegão agora agradece a vocês.

Átila Siqueira.


"Aproveito a postagem para me desculpar com meus amigos blogueiros pela minha ausência, mas é que meu computador havia queimado, e eu estava sem internet.
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