Conheçam a Saga Vale dos Elfos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Mal do século.




O mal do século é a solidão,
Como já disse o grande poeta
De voz potente
De nossa grande
E urbana legião.

Cada qual nesse mundo
De gigantesca população,
Pensa individualmente
E tem esperanças egoístas
De realização.

O livro agora
É meu amigo,
Minha companhia,
Meu único irmão.

Tenho vários amigos
Na prateleira, na estante,
Mas todos eles são de papel
E mesmo carregados
Dos mais utópicos sonhos,
Esses ainda sim
Não possuem um peito
Onde bata um coração.

Esse século,
Pela solidão,
Foi tomado.
Cada indivíduo
Vive sozinho
E isolado.

Cada um
Com os seus sonhos
Individuais,
Que do resto do mundo
Anda apartado.

Esqueceram a frase de Lênin
Que dizia que sonhando sozinho
Nenhum sonho seria realizado.

Os homens desse século
Tornaram-se
Vazios e desumanos.

Trabalhamos
Como máquinas.
Vivemos pelo dinheiro.
Vivendo sozinhos
Em nossas casas
Trabalhamos assim por anos.
Até o dia em que
Nos aposentamos,
Em que vamos passar
O resto dos dias inúteis
De invalidez produtiva
Na solidão de um asilo
A qual, na tristeza
E falta de companhia
Nos perguntamos:
“Por que tanto trabalho,
E por que não mais amamos?”.

Quando chegamos em casa
Na mesa não mais jantamos.

Cada um de nós,
Como bichos acuados,
Comemos em nossos cantos,
Para não termos o desprazer
De ver aqueles
Com quem moramos.

A solidão é o mal desse século,
Pois mesmo no meio
De multidões
Ainda assim,
Sempre sozinhos estamos.

E a cada dia mais,
Mais egoístas,
Individualistas e solitários,
Nos tornamos.

Átila Siqueira.


"Aproveito essa postagem, para indicar para todos os amigos o livro a qual minha amiga Laísa Pinheiro Couto está participando, chamado Poesistas. Procurem, pois o trabalho dela é muito bom, ou entrem em contato comigo pelo meu e-mail que eu encaminho para ela: atilasiqueira1@yahoo.com.br".




8 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Olá, Átila. A solidão é um sintoma de um dos maiores males, amigo. Mas cada um, em sua verdade, padece e as dores tem sido mostradas e vivenciadas.
Esta tua poesia é real.

Abraços

Pelos caminhos da vida. disse...

Nossa fazia um tempinho que não vinha aqui, mas não te esqueci não.

Expressou a solidão em forma de poema, gostei.

Um gde abraço Atila.

Bom dia!

beijooo.

Messias Fernandes disse...

.
.
foste feliz na colocação e na citação.

destaco:

"A solidão é o mal desse século,
Pois mesmo no meio
De multidões
Ainda assim,
Sempre sozinhos estamos."

parabéns!! e espero de coração que todos nós voltemo-nos a não deixar nossos corações sozinhos, mas sim preenchidos com a presença de alguém. se não a vida perde a graça.

______________

trocando de assunto.
obrigado pela sua visita, fico sempre feliz quando recebo você.

vi seu coments somente hoje, não sei como o post que vc comentou está sózinho como se fosse um outro blog?? não entendeu nada né? nem eu. mas enfim, fiquei com um blog dentro do meu blog ehhehe só que somente com o post "as faces de raulzito 2"... tive que repostar novamente aquele texto no qual vc comentou , acho q agora ficou tudo certo .


abraço e felicidades.

Messias Fernandes disse...

.
.
simples assim:
ótimo tudo neste Natal e em 2010.

grande abç.

FRAN "O Samurai" disse...

Olá Átila.

Estou sem computador, mas não esqueci de desejar um Feliz Natal para os meus amigos e amigas. Desejo muitas felicidades, paz e saúde para você! E que o ano que vem seje de muitas conquistas.

Um abraço e Boas Festas.

Laísa Couto disse...

Estava passeando por aí..então resolvi dá um pulo aqui e me deparo com uma bela poesia tecida sobre a solidão, escorreguei por ela e tive uma grande surpresa!
A divulgação do livro Poesistas I!

Obrigada Átila pela força! Obrigada mesmo!
Se não for muito divulgue meu blog que ainda está començando..

http://www.confissoesdesajustadas.blogspot.com/

O Mal do Século..foi uma das poesias mais bonitas e verdadeiras que já li...até pensei que era de Carlos Drummond de Andrade..ou Fernando Pessoa...
mas a solidão é o mal do século XXI..hehe..

Obrigada sempre!
Fica com Deus!
Espero uma visita sua no meu blog..

Laísa

Rebis disse...

Acho que as pessoas tem interpretado mal a solidão. Enquanto espíritos, somos seres unos e indivisíveis, e a nossa evolução só pode se dar sozinha - nascemos, crescemos e morremos sós. Ninguém tem a capacidade de fazer isso pelo outro, e ao que estão chamando de egoismo e individualismo, é a forma da introspecção, a reflexão no mundo interno.
E isso está sendo confundido com o que é verdadeiramente o mal, que é o interesse, a possibilidade de se tirar vantagem do outro, mas como hoje em dia pouquíssimos são os que podem oferecer vantagem aos outros, as pessoas acabam por se afastar uns dos outros. E quando há alguma aglomeração de pseudos amigos, pessoas que aparentemente se dão bem umas com as outras, observe mais a fundo e veja se o que há não é "sala" para se garantir vantagens futuras.
Mtas vezes numa reunião de pessoas que parecem conversar amigavelmente, o que se vê é apenas um desfile de vaidades, onde cada um quer se mostrar superior ao outros.
É necessário rever conceitos. A solidão não é esse mal que falam. E a companhia de outros - que não são, de fato, verdadeiras companhias - não é benéfica como mtos pensam.

Kalaari disse...

Como prometido, dei um salto ao seu blogue.
Dei logo com o poema sobre a solidão...
Pergunto: Não fosse ela e existiriam poetas? Porque a poesia é afinal a paisagem amena na solidão da nossa vida. Eu, por exemplo, posso assegurar que meu cavalo galopou por todos os desertos, meu albornoz se agitou a todos os ventos e armei minha tenda sob todos os céus: Nada vi, nada encontrei, nada tive que me acolhesse com a sombra das palmeiras, que me encantasse como o mistério luminoso dos astros...
Vou voltar. Parabéns.
Vera Lucia