França, século XIII, região de Provence.
Esse desafiou o marido de sua amada para um duelo. De escudo, espada e lança nas mãos, os dois se lançaram ao combate. Uma luta árdua, primeiramente eles deixaram a espada na cintura e lutaram com a defesa do escudo e atacando com suas lanças. Porém, em dado momento do combate às lanças se bateram violentamente uma na outra e acabaram por se quebrarem.
O velho René então puxou sua espada da cintura e se precipitou com toda sua fúria para cima de seu oponente, que também empunhou sua espada e lhe enfrentou.
A luta então continuou árdua e equilibrada, porém, difícil para ambos, pois se por um lado René havia sido outrora um grande guerreiro, e mantinha ainda imensa sabedoria e habilidade no combate, por outro lado, seu oponente era mais jovem e seu físico lhe dava vantagem.
A luta continuou por mais algum tempo, e aqueles que assistiam ao combate achavam que ninguém venceria, e que eles acabariam por cair de cansaço. Porém, um pequeno fato mudou o rumo do duelo. Em meio à batalha um vento soprou forte e carregou a areia que estava no chão e a jogou nos olhos de René. Esse teve a visão danificada e foi derrubado covardemente por seu inimigo, que vendo o acontecido, se aproveitou da situação. Após derrubá-lo ele disse:
- Eu acabarei contigo de uma vez por todas, velho tolo e imbecil. Tomei-lhe a mulher outrora, e agora lhe tirarei também a vida!
Ao ouvir essas palavras o velho René Comte ardeu em cólera e levantou-se rapidamente. E devido a essa fúria, esse deixou de sentir o peso da velhice e se sentiu como nos tempos de sua juventude, quando era um grande e valoroso guerreiro. Assim ele se precipitou com toda a sua cólera para cima de seu oponente, que vendo a morte estampada no olho de seu atacante, começou a recuar. Porém, esse recuo não pode lhe salvar, e René acabou por cravar a espada no peito do homem, que caiu de joelhos com a boca cheia de sangue.
- Tu foste um homem sem honra e sem coração em toda a tua vida, – disse o velho René Comte a seu oponente – pois roubaste a mulher alheia por pura ambição. Agora que estou velho, aceitou meu desafio achando que seria fácil matar-me. E se aproveitou de um vento de areia para me colocar covardemente ao chão. Pois bem, agora eu terei minha vingança, recuperarei minha mulher amada e lhe tirarei a vida.
Após dizer isso, René puxou sua espada do peito de seu inimigo e lhe arrancou a cabeça com um só golpe, e depois jogou o corpo e a cabeça para deleite dos cães.
Passado alguns dias René Comte conseguiu se casar com sua amada, e eles viveram juntos durante dez dias, em total harmonia e felicidade. Esses nunca foram tão felizes em suas vidas como naquele curto período. Ficavam todo tempo juntos, e não se desgrudavam por nem um instante. Porém, o destino veio novamente pregar-lhes uma peça. No décimo primeiro dia de casados, ele estava sentado na poltrona da belíssima residência, a qual havia adquirido na Vila de Rhône. Sua mulher veio então lhe trazer uma taça de vinho e deixou o líquido derramar no chão, onde escorregou e caiu batendo a cabeça na quina de uma mesa.
O velho René viu toda aquela cena e ficou chocado, e correu em socorro de sua amada. Mas já era tarde demais, seu destino estava traçado. E deitada em seus braços ela disse:
- Todo tempo que esperei para viver a teu lado valeu a pena, pois tu me deras a melhor época de minha vida. Eu lhe amo mais que tudo, e faria tudo de novo para ficar a teu lado. Eu lhe espero no céu para ficarmos juntos pelo resto da eternidade.
- Não meu amor, – disse René desesperado – não me abandones, pois não posso viver sem ti!
Era tarde em demasia. Por um ímpio lance do destino, aqueles que esperaram a vida toda para ficarem juntos estavam agora separados pela quase intransponível barreira da morte. O velho René Comte então, vendo sua amada, morta em seus braços, gritou – “Não!”. – e a deixou no chão e saiu correndo pelas ruas. Correu sem parar, saiu da Vila de Rhône e pulou de um penhasco sem hesitar em sua ação por nem um instante.
O funeral dos dois aconteceu de forma triste, mas também foi o rito fúnebre mais belo e emocionante que até hoje se ouviu falar por essas paragens. Todos se emocionaram ao conhecer a história deles. E esses foram enterrados um ao lado do outro, para ficarem juntos na morte por toda a eternidade, conforme era o desejo não realizado deles em vida. E em seus epitáfios estavam escritos:
“Amou ele e o esperou por toda a vida, e morreu em teus braços”.
“Amou ela e a esperou por toda vida, morreu ao perdê-la em teus braços”.
Átila Siqueira.
Esse desafiou o marido de sua amada para um duelo. De escudo, espada e lança nas mãos, os dois se lançaram ao combate. Uma luta árdua, primeiramente eles deixaram a espada na cintura e lutaram com a defesa do escudo e atacando com suas lanças. Porém, em dado momento do combate às lanças se bateram violentamente uma na outra e acabaram por se quebrarem.
O velho René então puxou sua espada da cintura e se precipitou com toda sua fúria para cima de seu oponente, que também empunhou sua espada e lhe enfrentou.
A luta então continuou árdua e equilibrada, porém, difícil para ambos, pois se por um lado René havia sido outrora um grande guerreiro, e mantinha ainda imensa sabedoria e habilidade no combate, por outro lado, seu oponente era mais jovem e seu físico lhe dava vantagem.
A luta continuou por mais algum tempo, e aqueles que assistiam ao combate achavam que ninguém venceria, e que eles acabariam por cair de cansaço. Porém, um pequeno fato mudou o rumo do duelo. Em meio à batalha um vento soprou forte e carregou a areia que estava no chão e a jogou nos olhos de René. Esse teve a visão danificada e foi derrubado covardemente por seu inimigo, que vendo o acontecido, se aproveitou da situação. Após derrubá-lo ele disse:
- Eu acabarei contigo de uma vez por todas, velho tolo e imbecil. Tomei-lhe a mulher outrora, e agora lhe tirarei também a vida!
Ao ouvir essas palavras o velho René Comte ardeu em cólera e levantou-se rapidamente. E devido a essa fúria, esse deixou de sentir o peso da velhice e se sentiu como nos tempos de sua juventude, quando era um grande e valoroso guerreiro. Assim ele se precipitou com toda a sua cólera para cima de seu oponente, que vendo a morte estampada no olho de seu atacante, começou a recuar. Porém, esse recuo não pode lhe salvar, e René acabou por cravar a espada no peito do homem, que caiu de joelhos com a boca cheia de sangue.
- Tu foste um homem sem honra e sem coração em toda a tua vida, – disse o velho René Comte a seu oponente – pois roubaste a mulher alheia por pura ambição. Agora que estou velho, aceitou meu desafio achando que seria fácil matar-me. E se aproveitou de um vento de areia para me colocar covardemente ao chão. Pois bem, agora eu terei minha vingança, recuperarei minha mulher amada e lhe tirarei a vida.
Após dizer isso, René puxou sua espada do peito de seu inimigo e lhe arrancou a cabeça com um só golpe, e depois jogou o corpo e a cabeça para deleite dos cães.
Passado alguns dias René Comte conseguiu se casar com sua amada, e eles viveram juntos durante dez dias, em total harmonia e felicidade. Esses nunca foram tão felizes em suas vidas como naquele curto período. Ficavam todo tempo juntos, e não se desgrudavam por nem um instante. Porém, o destino veio novamente pregar-lhes uma peça. No décimo primeiro dia de casados, ele estava sentado na poltrona da belíssima residência, a qual havia adquirido na Vila de Rhône. Sua mulher veio então lhe trazer uma taça de vinho e deixou o líquido derramar no chão, onde escorregou e caiu batendo a cabeça na quina de uma mesa.
O velho René viu toda aquela cena e ficou chocado, e correu em socorro de sua amada. Mas já era tarde demais, seu destino estava traçado. E deitada em seus braços ela disse:
- Todo tempo que esperei para viver a teu lado valeu a pena, pois tu me deras a melhor época de minha vida. Eu lhe amo mais que tudo, e faria tudo de novo para ficar a teu lado. Eu lhe espero no céu para ficarmos juntos pelo resto da eternidade.
- Não meu amor, – disse René desesperado – não me abandones, pois não posso viver sem ti!
Era tarde em demasia. Por um ímpio lance do destino, aqueles que esperaram a vida toda para ficarem juntos estavam agora separados pela quase intransponível barreira da morte. O velho René Comte então, vendo sua amada, morta em seus braços, gritou – “Não!”. – e a deixou no chão e saiu correndo pelas ruas. Correu sem parar, saiu da Vila de Rhône e pulou de um penhasco sem hesitar em sua ação por nem um instante.
O funeral dos dois aconteceu de forma triste, mas também foi o rito fúnebre mais belo e emocionante que até hoje se ouviu falar por essas paragens. Todos se emocionaram ao conhecer a história deles. E esses foram enterrados um ao lado do outro, para ficarem juntos na morte por toda a eternidade, conforme era o desejo não realizado deles em vida. E em seus epitáfios estavam escritos:
“Amou ele e o esperou por toda a vida, e morreu em teus braços”.
“Amou ela e a esperou por toda vida, morreu ao perdê-la em teus braços”.
Átila Siqueira.
"Bom, esse é um conto, que faz parte do meu primeiro romance, Os libertadores (que não foi lançado ainda) e que eu estou repostando por dois motivos. O primeiro deles é que na época em que o postei a maior parte dos visitantes de agora não conheciam ainda o meu blog. O segundo motivo foi que ele foi selecionado para a Antologia de Contos Fantásticos 18º volume, da Câmara Brasileira de Jovens Escritores, que será lançada no dia 30 de novembro. Confiram no site: http://www.camarabrasileira.com/contosfantasticos18.htm
Como de costume, eu tenho indicado blogs que julgo interessante, em cada uma de minhas postagens. O último blog foi o de minha amiga Késia Maximiano, chamado Japonês em Braile. Dessa vez, indico o blog Pelos Caminhos da Vida, que sempre possui um excelente conteúdo, e vale a pena visitar".
23 comentários:
...enquanto eu me encantava com teu
conto, no parapeito da janela cantava um passarinho, e seu canto pareceu-me deveras triste, como a dizer:
que triste destino a vida os reservou.
bom dia, Átila!!
muahhhhhhhhhhhhhh
“Amou ela e a esperou por toda vida, morreu ao perdê-la em teus braços”.
Amei essa parte, vc é muito talentoso, que seja iluminado sempre seu caminho, um puxãozinho de orelha, pq já me sinto amiga, sumiste, não podes sumir, nos deixar sem textos pra ler.
bem, vou visitar o link que colocou, e visitar as indicações, pq sempre tem razão nessa parte, são sempre interessantes...
E o livro ? assim que liberarem do forno, avise em seu blog, quero adquirir, vc tem outros já editados e publicados ? se tiver, me diga os nomes, pra acompanhar
Grande beijo
Chris
Passando aqui rapidinho para desejar um otimo fim de semana,volto depois pra ler seu texto amigo.
Obrigado pela indicação.
beijooo.
nosaa qnto tempo eu num vinha aki neh auhaahu :)
boom naum li hoje, pressa :/
bom fds
bejoo
Átila,
Como sempre tenho dito aqui, que bom que você está republicando seus textos, poemas e contos, é uma boa oportunidade para mim, em especial, que não os conhecia, oportunidade de ler-te em suas belas palavras...
Obrigada pelas visitas sempre tão carinhosas meu amigo, é um prazer recebê-lo, sempre.
Tendo oportunidade, conheça o " Caminhando" é um outro blog que tenho, novinho ainda, mas muito especial, tem o link dele sempre lá nos posts do Fragmentos, ok?
Em tempo: Um bom fim de semana!
Eu gosto muito de tudo o que vc escreve.
Beijos
Hola Átila, me he venido en esta noche atípica a leerte y me encontré con una historia fascinante, mas no entiendo muy bien esto:"Sua mulher veio então lhe trazer uma taça de vinho e deixou o líquido derramar no chão, onde escorregou e caiu batendo a cabeça na quina de uma mesa." es que me perdí algunas palabras y no comprendo; si por favor me las aclaras para que no me quede el interrogante; puede ser? gracias.
Un abrazo.
naná
Olá Átila meu amigo!
Muito boa história (um pouco triste), mesmo assim foi de muito proveito poder ler esse conto sobre René Comte e seu amor. Já estava entrando no clima da batalha. Hehehe!
Gosto muito de contos que envolvem batalhas, amor, guerreiros e todo esse mundo selvagem e ao mesmo tempo cheio de amantes verdadeiros.
Parabéns mais uma vez...
Um dica de ótimo filme:
Assista 300, filme que fala sobre os guerreiros espartanos. Muito bom! Se você não assistiu ainda sei que irá gostar.
Um abraço.
Átila, olá!
Sabe, venho aqui com um misto de vergonha e agradecimento, viu?
*Eu já conhecia o seu canto, também através da Glau, que é uma coisa preciosa que apareceu na minha vida, e na qual também só tenho a agradecer, e também pela Jaya, outra querida do coração.
Mas, e na hora de comentar? (Fica até parecendo que é desculpa, rs, mas não é!) Ficava meio envergonhada em meio a tão lindas palavras.
Seus texto, contos, poemas... Tudo encanta, de uma forma maravilhosa.
Mas hoje eu estava decidida a vir mesmo aqui, e me fazer presente, e não mais passear quietinha, rs. Mas vc apareceu primeiro! Obrigada pela visita, viu? Será sempre bem vindo.
Aos poucos vou lendo todos os posts, se me permitir.
Beijos!!!
Tamires
Oi Átila!
Muito bom o teu blog, vou voltar mais vezes nesse também.
Abraços e um ótimo domingo.
“Amou ele e o esperou por toda a vida, e morreu em teus braços”.
“Amou ela e a esperou por toda vida, morreu ao perdê-la em teus braços”.
own *-* isso mexe comigo =')
você escreve muito, muito bem. Adoro ler seus posts :)
beijo!
Olá meu amigo Àtila!
Passei para conhecer seu blog, e me vejo numa linda história de amor, mas ao mesmo tempo a tristeza
de perdê-la em seu brços.
Voltarei mais vezes.
Uma semana abençoadad para tí.
Beijos de paz.
Regina Coeli.
Lindo conto. Triste mas lindo.
Beijos
=****
Me surpreendeu com o final do texto, pensei que seria um final feliz,mas foi para quem acredita no amor além da vida!
Beijos
http://sex-appeal.zip.net
http://cara-nova.zip.net
Fofura,
Sei que tô em falta por aqui. =/
Mas PROMETO recompensar depois. A correria tá tamanha que num acho bom passar rápido. A visita tem que ser demorada. =)
Lindaa semana pra você!
Bjo!
Uma semana de muita luz e muita bençãos para vc amigo.
Bom dia.
beijooo.
Ótimo conto, Átila...muito bem escrito e descrito...vc consegue prender a atenção até o fim, adorei, um amor pela eternidade.
bjos carinhosos!
parabens pelo conto e pela merecida escolha
abraço
muito bom e imaginativo.
Belo conto!
Adoreii!
Beijo
...Átila meu querido,
é sempre um prazer imenso
recebê-lo lá em casa com
palavras tão carinhosas,
marca registrada de uma alma
linda que veio para ecrescentar
mais amor a este mundo tão carente
deste sentimento.
por isso tantos desencontros.
obrigada sempre pela tua
presença amiga.
muahhhhhhhhhhhhhhhh
hehee postei hoje tah
bejoo
Átila,
Parabéns pelo conto e pelo talento! Essas estórias de guerreiros e amores sofríveis costumam ser muito bem engenhadas.
Quero publicar um livro, um dia. Mas diferente do que faço no blog, porque escrevo direto no word e não edito. Além do quê, o blog é só para idéias poucas. Quem sabe um dia publique um romance.
Vou lá ver o blog que indicaste!
Beijocas
www.lizziepohlmann.com
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