Eu queria ainda
Ter a esperança dos tolos
E não ter conhecido
Nietchie e Foulcaut,
E assim, do mundo
Não ter visto a realidade
E a falta de solução
Para o problema
De todos.
Gostaria ainda
De acreditar
Em um mundo melhor,
Sem tantas tristezas
E sem tanta dor.
Gostaria ainda de acreditar
Em utopias:
Igualdade, liberdade,
Fraternidade e amor.
Gostaria de ainda
Ser criança, adolescente,
E ainda ter aquele sonho
Juvenil e demente
De mudar o mundo
Com sonhos,
Palavras e idéias,
De fazer revoluções,
Derrubar a velha guarda
E tornar o mundo um lugar
De beleza e esplendor.
Eu ainda queria
Ter o sonho dos loucos,
A esperança dos tolos
E ainda me levantar
Para lutar por tudo aquilo,
Por todos aqueles sonhos
Que eram a minha própria vida,
E que hoje perderam
O aroma e o sabor.
Eu queria viver ainda
De literatura,
Poema e História,
E discutir política e idéias,
Após a Escola,
Com meus amigos cabeludos
Como eu era,
E não ter que pensar
No maldito e alienante labor.
Eu queria ainda ter
Dentro de minha alma
A coragem de minha época entusiasta,
E ter no peito
Aquele antigo e tão forte vigor.
Eu queria ainda poder
Acreditar em felicidade,
Ter os meus sonhos
Tão bobos da mocidade,
E sentir dentro de mim
Aquele mesmo antigo calor.
Eu queria não ter a alma
Mais congelada,
Que ela voltasse
A antiga versatilidade
E que eu pudesse ainda ter
A esperança dos tolos
E voltar a ser
Um poeta sonhador.
Átila Siqueira.
"Esse poema foi selecionado para 50° Volume da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, da Camara Brasileira de Jovens Escritores. O livro reune poesias de vários autores do Brasil inteiro, através de seletivas mensais, de forma, que todo mês um livro é editado, dando oportunidade para que o trabalho dos novos escritores tenha uma visibilidade maior. O endereço para conferir é: http://www.camarabrasileira.com/apol50-063.htm
Como de costume, eu sempre indico um blog amigo a cada postagem. Na última postagem (antes do meme), eu indiquei o blog da minha grande amiga, Lizzie Pohlmann, agora indico o blog de minha outra amiga, uma escritora excelente, a qual todos conhecem, e quem não conhece precisa conhecer rápido, porque o talento dela é gigantesco. O nome dessa moça é Jaya, e seu blog se chama Líricas.
Por fim, termino essa postagem pedindo desculpas aos amigos pela falta de visitas, mas é que tenho andado por demais atarefado. Assim que puder, voltarei a visitar os amigos com maior frequência".
22 comentários:
Átila,
Perdoa-me a ausência, estive viajando.
Obrigada por indicar o Doces Deletérios, fico imensamente grata.
Eu quereria, em outra época, voltar atrás. Mas hoje sei que a coerência da lucidez só se dá a quem se arrisca.
Beijocas
www.lizziepohlmann.com
Oi Átila, Sabe esse teu texto me deixou tonta.
Tonta pelo ir e vir no tempo-nostálgico de um querer no futuro do pretérito.
Mas o tempo faz isto. O tempo-ontem, pensado hoje, se atualiza. O tempo-ontem, pensado hoje, como um querer futuro, se esfumaça, se esvai.
Voltarei.
Belo texto!Nostálgico querer.
Abraços.
Nossos sonhos transformados em poema são um fio de esperança ainda preso em nosso coração.
Deixo meu fraterno abraço amigo.
Olá grande Átila!
Adorei suas palavras...
Me fez pensar em várias coisas...
Quando éramos jovem, tinhamos sonhos e tudo mais. Acreditávamos em várias coisas, pois não tinhamos a maturidade de hoje... Éramos tolos?... Talvez sim!
As vezes penso que a igualdade, paz e união dos povos é algo que não teremos por uma simples razão!
A palavra DIFERENÇA!
Somos diferentes em línguas, em costumes, em religiões, em raças, em idéias e ideais... Somos diferentes uns dos outros!
Cada um pensa de um jeito e nunca estaremos na mesma sintonia!
Existem aqueles que nasceram para comandar e aqueles para serem comandados.
Existem os manipuladores e os manipulados.
Existem o SIM e o NÃO!
Somos todos tolos...
Mas quero fazer a minha parte!
Abraço amigo e respondi seu MEME!
O que tornou seus versos um poema?
Olá querido,
Olha, muito profundo e nos fazem viajar nesses pensamentos de que ás vezes esquecemos de lutas e utopias.
Hj é um dia de conscientização, mas tb muitos não entendem e dão seu valor, pq não relembram a luta, o poder da história, o poder de um grupo e um indivíduo que pensa, que questiona, que faz diferenças...
lindo, não é em vão que foi selecionado para essa homenagem como jovens escritores.
Grande é seu caminho, perseguir é encontrar sua missão.
Grande beijo,
Christi.
Átila,
Eu nem deixei os filósofos levarem embora minha esperança tola. Rs. Fui ficando contente a cada vez que teu verso dizia um "eu queria" e eu podia dizer, daqui: eu sou.
Ai, ai...
Belos versos, poeta.
E poxa, minha indicação! Rs. Que liiiiiiiiindo! Fiquei SE sentindo, agora. Haha.
Ah! E vê se faz a lista, mesmo. Vou adorar ler.
Beijocas.
E obrigada pelos comentários.
A gente sempre quer tantas coisas. Algumas não temos mais como conseguir, o jeito é lutar pelas demais :}
Belo poema.
beijos
=***
Fofura minha,
Xô falar?
Esse ai nem é você. Bonito personagem que você desenhou. Alguém que anda meio desacreditado, mas que já-já se encanta de novo com a vida. É que os sonhos da juventude nunca morrem, e a esperança por um mundo melhor nunca deixa de existir. Os sonhos e a esperança se escondem as vezes, adoram brincar de esconder, mas lá no fundo, nunca deixam de existir. Mais cedo ou mais tarde, teu personagem descobre.
E quero pausa pra foto... Que foto P-E-R-F-E-I-T-A! Simplesmente apaixonei por ela. Pronto-falei! rs.
Ah! E quer saber como descobri que esse aí do texto é personagem? Quando o texto diz "[...] E voltar a ser/Um poeta sonhador"
Coisa que você nunca deixou de ser. =)
Beijos!
Apesar de eu não acreditar em um MUNDO melhor, não coloco essa crença como algo que me faz cruzar os braços, a ponto de me impedir de querer transformar o que está ao meu redor. E isso é massa! Não podemos perder o frescor. Abraços!
Átila!
Então, eu preciso pôr meus pés no chão! Nesse seu 'gostaria'... eu já sou! Tá, sei que nem sempre o mundo tem mostrado as cores perfeitas. Mas esse talvez seja o meu mal [ou bem]. Lá vou eu, e faço prevalecer o lado bom das coisas [ e eles sempre existem, viu?]. Síndrome de Pollyana. Sempre.
Tem uma menina aqui dentro, que se recusa a ir embora. E se quer saber, não quero que ela vá. Quero continuar a ver a vida com meus óculos cor-de-rosa, mesmo que depois o tombo venha a doer, mas pelo menos terei momentos gostosos a guardar. E que sempre irão permanecer na memória, pra colorir, pra fazer sorrir.
E poeta, vc também tem um menino aí dentro, sei que tem. Não escreveria tão lindo, com tanta verdade e romantismo, se não tivesse.
Obrigada pelo carinho, sempre.
Bjos
Tão bom vir aqui, adoro sempre o que encontro.
Já me sinto em casa.
Grande abraço.
muito bom, rapaz, se agora você escreve assim, quando tiver a minha idade verá mais do que eu vejo. obrigado pelo comentário sempre preciso. abraços.
Hola amigo, cuánta nostalgia encuentro en este poema, y sueños y búsqueda de calor, de abrigo, pero no para el cuerpo, sino para el alma.Bellos versos.
Un beso.naná
PD. pasa por mi blog, te he dejado una sorpresa para vos.
...olá querido poeta!
penso que você já tem tudo
isso aí dentro deste coração
lindo de viver.
se assim não fosse,
não nos emocionaria
com suas letras maravilhosas,
e é claro não seria parte
deste universo literário.
obrigada pelos carinhos lá em casa.
smacksssssssss, lindo!
Átila,
Venho aqui agora pedir minhas desculpas pela demora em passar por aqui. Estive alguns dias sem conexão e para completar aqui está tudo muito corrido, à beira da última nota na facul, e o meu casamento, daqui a 22 dias! Soma-se a isso, a mudança, pois após casada, me mudo para SP, imagina? Rs...mas não te esqueço, e hoje consigo vir aqui,te parabenizar pelo lançamento do livro, desejando a você meu amigo, toda a felicidade do mundo!
E não posso deixar de comentar sobre esse seu lindo poema, muito lindo mesmo, me emocionei ao lê-lo.
Um fim de semana iluminado Átila, e tudo de bom para você!
Carinhosamente, Cris
embora extenso este poema, está um primor.
beijos
Eu queria...
quantas coisas eu queria. Queria, até, que as crianças e jovens, hoje, principalmente os mais pobres, tivessem com o que sonhar.
Arrebatadoras são suas letras para mim, agora. Penso até que é um desejo de muitos que vivenciaram a experiência de lutar a acreditar que seríamos uma sociedade bacana para todos os seus.
Adorei te ler.
Um abraço
Parabéns pelo belo poema.
amigo, não consegui mais postar em meu blog e estou de volta com "um olhar"...
bjos e lindo domingo prá vc!
bastante nostálgica,
mas o que seria de nós sem a nostalgia??
palavra esta que nos remete ao mundo lá atraz, aquele mundo que nos trouxe a experiência...
o que a gente queria ser, o que vamos ser??
perguntas que fizeram de nós o que somos hoje ou o que seremos no amanhã...
abraços Átila e sempre parabéns
obrigado pela visita.
Oi Átila, já estive aqui, mas vim em especial te desejar uma boa semana.
Dias felizes!
Ola querido, como vc está ? muita correria ? espero que esteja tudo indo bem pra ti, pro livro, em tudo.
Grande beijo
Que Deus te abençoe
Christi.
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